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24 de novembro de 2015

Tristeza, medo e irritabilidade depois do nascimento do filho podem indicar baby blues ou depressão pós-parto, alerta psicóloga

Sintomas do baby blues e da depressão pós-parto são semelhantes; diferença está no tempo de duração do quadro clínico
(Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Ansiedade, choro e angústia em mulheres que acabaram de dar à luz podem indicar a presença do "baby blues" ou da depressão pós-parto. Normalmente, esses sintomas estão relacionados a questões hormonais, mas quando eles demoram a desaparecer é preciso buscar ajuda profissional, conforme explica a psicóloga e doula, Mariksa Ungerer. Segundo ela, participar de grupo de gestantes e realizar cursos de partos durante o pré-natal, são as melhores formas de prevenção.

"A diferença entre o baby blues e a depressão pós-parto é o tempo em que a doença se instala e o momento em que se instala. O baby blues acontece logo após o nascimento do bebê e está relacionado a questões hormonais da mãe, de lactação, mas os sintomas são muito parecidos com a depressão pós-parto", explica.


O baby blues se instala nos primeiros 15 dias depois do nascimento do bebê e pode se estender até durante um mês. "Se não acabar nesse período, a gente consegue ter uma visão inicial de um pré-diagnóstico de uma depressão pós-parto".

Quando há essa suspeita, a recomendação é que a família auxilie a mulher a procurar um terapeuta. Esse profissional vai realizar uma avaliação técnica e diagnosticar em que  fase essa mãe está se enquadrando.

"Essa relação dos sintomas atingirem mais quem é mãe de primeira viagem é um pouco de mito.Tanto o baby blues quanto a depressão pós-parto estão ligados a processos hormonais de cada mulher, o que vai diferenciar essa relação de 'pressão' de primeira gestação ou não é o que essa mulher tomou de orientação no pré-natal dela. Existem mulheres que tiveram os sintomas ou todas as gestações".

O TRATAMENTO 

Mariksa é psicóloga e
fundadora da Papo de Gaia (foto: Divulgação)
Mariksa explica que o tratamento ocorre de forma diferente, conforme o quadro apresentado pela mulher. Em se tratando de baby blues, o psicólogo vai trabalhar com alívio de sintomas, ouvindo e orientando a mãe. "Ele deve tratar a insegurança e os medos, mas isso vai depender muito da entrega de cada paciente,  do quanto ela está aberta para essa troca [de informações] para que consiga resultado em um curto espaço de tempo". Segundo ela, o acompanhamento nestes casos pode variar entre um e três meses.

Quando os sintomas persistem e o quadro evolui para o de depressão pós-parto, a indicação é o tratamento psiquiátrico.

"Caso essa mulher não consiga conter o choro, fique muito irritada, muito nervosa e não consiga dormir, o ideal é a avaliação psiquiátrica, mas terapias alternativas também são indicadas, como atividades físicas, uso de medicamentos florais e acupuntura, além do estímulo ao convívio social e familiar". A principal diferença é que o acompanhamento psiquiátrico envolve a alopatia, ou seja, o uso de medicamentos.

PREVENÇÃO

Para a psicóloga, a informação é a melhor forma de evitar todos os sintomas, o que deve ocorrer ainda durante a gestação. "Nos partos humanizados as doulas têm esse papel de passar essas informações, de tirarem as dúvidas com grupo de gestantes para elas entrarem em contato com essa realidade. Se elas entrarem nesse quadro, vão saber identificar e tratar".

O NASCIMENTO DE MARINA E DA PAPO DE GAIA

Mariksa Ungerer é psicóloga há 12 anos e fundadora da Papo de Gaia, Assessoria a Gestante  & Família. Ela conta que o objetivo do grupo é "trazer partos mais respeitosos onde o corpo e o desejo da mulher são respeitados".

A ideia de criar a Papo de Gaia surgiu quando Mariksa estava grávida da primeira filha, Marina. "Quando fui entrar no processo de maternagem tive de encarar essa realidade. Mato Grosso do Sul é um estado muito violento contra a mulher e contra a criança, mas já vem acontecendo uma reviravolta nesse cenário. A Papo de Gaia surgiu  de uma vontade muito sincera de ajudar outras mulheres a não passarem pelo que eu passei", declara.

Papo de Gaia  é formada por psicóloga, doulas, arquiteto, enfermeira, entre outros e  oferece diversos serviços de apoio e orientação para gestantes e familiares em todas as fases da gravidez. Outras informações em www.papodegaia.com.br.


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