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30 de outubro de 2015

Em livro-reportagem, jornalista exalta o parto humanizado

Livro foi escrito por Patrícia Lopes para ser apresentado 
como Trabalho de Conclusão do Curso de Jornalismo 
(foto: Reprodução/Facebook)

“Senti a necessidade de unir a minha profissão com o que me movia: profetizar a humanização do parto para todo mundo”. A declaração é da jornalista Patrícia Lopes, de 24 anos ao se referir aos motivos que a levaram a publicação de “Cesáreas, muito além da cicatriz”, livro que questiona o alto índice de cirurgias do tipo no Brasil. Moradora de Campinas (SP), ela vai usar o valor das vendas para pagar o tratamento médico da avó.

A “conversão” ao parto humanizado, como ela mesmo diz, aconteceu pouco tempo depois de descobrir a gestação de Laura, no ano de 2011, mesmo período em que estava concluindo a graduação em jornalismo. “Depois que ela nasceu soube mais da realidade obstétrica do Brasil em que 56% dos partos são cesáreas”. As descobertas continuaram até que ela conheceu a história de mulheres que haviam sido “enganadas” em seus partos. “Queriam ter parto normal, mas sempre havia um motivo para fazerem a cesárea”, explica.

Em conversas com essas mulheres, Patrícia descobriu que elas foram submetidas a cesarianas sem necessidade. “Tem uma lista de uma obstetra PhD, famosa, chama Melania Amorim. Essa lista mostra quais as indicações reais e as fictícias para a cesariana”, conta a jornalista que conversou também com ginecologista, neonatologista, economista e até psicóloga para fundamentar o livro.

“Muito além da cicatriz, faz menção as cicatrizes que estas mulheres carregam em seus corações e sua almas. Outra definição, também se dá no momento em que entende-se que muito além da cicatriz, envolve muito mais coisas que “apenas” o cortar as barrigas para uma cirurgia e sim, tudo o que está envolvido em um procedimento como este; que vai desde a saúde do bebê que é retirado da barriga antes da hora aos gastos abusivo com esta prática”, define a autora.

Experiência

Sobre o parto da filha Laura, Patrícia conta que foi natural, na água. “Tem uma hora que a gente acha que não vai conseguir, bate um desespero. Queria parar tudo ali, descansar, e só depois continuar, mas as contrações não davam trégua, lembro que chorei que nem criança várias vezes, pedia pra tirarem ela de mim. Não sei em que momento exatamente me perguntaram: ‘você quer uma cesárea?’.Eu balancei a cabeça dizendo que não, apavorada, relata.

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Ainda sentido as dores, Patrícia começou a chamar por Laura. “‘Filha, ajuda a mamãe’, fiz algumas forças e comecei e sentir ela descendo”, lembra. “Para finalizar eu tenho que dizer, que dói, dói muito. Mas é uma dor linda, é o útero se despedindo da sua companhia, que ficou ali por 39 semanas e 2 dias. A dor faz parte do processo e mesmo sabendo de tudo isso, cheguei em um momento que achei que não fosse capaz. Mas eu consegui e tenho certeza que todas as mulheres são capazes, não deixem tirar de vocês o direito de dar a luz, não há coisa mais linda no mundo”.

Venda

2509_livro_repdoducao facebook“Cesáreas, muito além da cicatriz” foi feito como Trabalho de Conclusão de Curso, sem a intenção de ser vendido. Mas por uma questão de necessidade, a autora teve interesse em em propagar essa idea para outras mulheres. O dinheiro será revertido para o pagamento da cirurgia de catarata de uma outra mulher, a avó de Patrícia.

“Ela conseguiu pelo SUS, mas deixaram ela 14h em jejum. Na hora da sedação, ela passou mal e está até hoje de cama por causa da labirintite. Foi quando pensei em usar o livro pra tentar conseguir esse dinheiro e fazer a cirurgia particular”.

Serviço – Os interessados devem fazer um depósito e enviar o comprovante para o e-mail: pathylopees@gmail.com. O livro será encaminhado em PDF.


Dados para depósito:
Banco Itaú
Ag: 9113
Conta Poupança 26544-2
Patricia Lopes Ribeiro
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