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27 de outubro de 2015

Ping-Pong com a jornalista Liziane Berrocal

(Foto: Arquivo Pessoal)
1-Preconceito
Enfrento todos os dias, não como meu pior inimigo, mas como algo que me faz crescer e aprender. Ser gorda, mulher e petulante me fez enxergar o mundo do outro, ter mais empatia. E olha, garanto, a obesidade hoje é um dos maiores alvos de preconceito que temos.

2-Autoestima
Fui criada para me amar. Eu era a gordinha linda da casa, cresci cercada de elogios e minha mãe me ensinou a ser uma grande mulher literalmente. Eu acredito que autoestima é o que me move sim, sem medo de parecer pedante ou “metida”, porque toda pessoa merece se amar!

3-Superação
Nasci gorda, de família de catadores de reciclagem, meu pai já teve muito dinheiro e ficou pobre de novo. Fui faxineira (meu primeiro emprego) e resolvi estudar. Fiz pedagogia na UNESP, me formei em jornalismo, sou especialista em marketing político e redes sociais, curso o 6º semestre de Direito, porque quero ser advogada. Já fui viciada em drogas (químicas) e há 12 anos, nove meses e 11 dias estou limpa. Com o tanto de remédios que tomei para agüentar a abstinência engordei mais ainda. Cheguei aos inacreditáveis 166,5 Kg e agora emagreci 60 kg. Acredito que meu nome é superação.


4- Sinceridade
“Às vezes cometo uns sincericídios, confesso, mas não sei ser de outra forma, apesar de trabalhar com política. Acredito que só precisa dosar, com a maturidade você vai aprendendo que há várias formas de ser sincera, ou mesmo de simplesmente deixar para lá.

5- Arrependimento
Eu me arrependo de ter deixado de falar com meu avô e ele morreu. Foi por uma briga boba. Me arrependo de ter namorado um homem casado aos 18 anos, e ele era casado com um pessoa muito importante na minha vida e me arrependo de não ter feito minha cirurgia antes.

6- Orgulho
Eu tenho orgulho da maneira como participo da criação dos meus sobrinhos. Eles me enchem de orgulho. Tiago tem 28 anos e é um cara do bem, honrado, trabalhador e honesto. Carol tem 19 anos, é técnica de enfermagem na Santa Casa e uma menina super responsável. Camila, mesmo não conversando comigo hoje, porque ela é turrona e cabeça dura, aos 18 anos, está construindo a vida dela. E João Guilherme aos 17 anos me enche de orgulho por ser tão inteligente. Pedro e Bia ainda são crianças, mas meus sobrinhos me enchem de orgulho. Quero ter filhos iguais a eles! E tenho muito orgulho mesmo de minha trajetória profissional, onde sempre trabalhei para crescer, sem nenhum QI!

7- Política
Necessária, meu gás carbônico, mas necessário. Política envolve tudo, e acredito que as pessoas deveriam participar mais. E lembremos de diferenciar de politicagem.

8- Direito
Paixão e descoberta. Desde criança eu dizia que queria “ser juíza de direito”. Faço atendendo um pedido de minha mãe, que me dizia que seria o orgulho da vida dela. Daí, me descobri! Amo demais, me interesso e acredito que é um bom caminho.

9- Justiça
Um dia um professor de Direito Penal me disse: “Lizi, acredite, nem todos tem esse senso de justiça, e por mais que você se decepcione, não o perca”. Justiça é amor, porque quando você respeita, tem amor ao próximo e à vida, você busca a justiça. E ser justo às vezes dói, e dói muito! Mas entre a justiça e a lei, eu ainda prefiro a justiça. Apesar de ser legalista demais!

10- Ser jornalista é
O meu ar, meu oxigênio. O que me define. Minha aliança com a sociedade. Acredito que o jornalismo pode sim transformar o mundo e a sociedade. Ser jornalista é o que me move. É um tesão! Às vezes me brocha, mas é um tesão! (risos)

*Liziane Berrocal, 35 anos, é editora de política do jornal O Estado MS, colunista do site Campo Grande News, modelo plus size e estudante de Direito. Ela também é blogueira do Lizi Plus ( Plus Size).
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