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6 de novembro de 2015

'É triste ver pessoas sem voz', diz subsecretária de Políticas Públicas para Mulheres

Luciana Azambuja Roca, 41 anos, é advogada e 
subsecretária de Políticas Públicas para as Mulheres 
em MS. (Foto: Leca Photos/Divulgação)
1-Mulher:
Ser mulher é exercer todos os papéis sem perder a sensibilidade, é lutar pela garantia dos direitos e acesso aos serviços públicos e ainda superar as dificuldades desigualdades do dia-a-dia sem esmorecer.

2-Vulnerabilidade:
É triste ver pessoas sem voz, invisibilizadas, dependendo de favores, vivendo em absoluta vulnerabilidade social. É preciso dotar essas pessoas de cidadania e permitir que gozem dos direitos fundamentais.

3-Prevenção:
A melhor arma para combater todos os males e para a mudança de comportamento da sociedade. Falando de prevenção à violência, acredito que a informação sobre direitos deve alcançar todas as mulheres para que não se calem diante de uma situação de violação de direitos.

4-Agressão:
Infelizmente, as agressões ainda são uma constante na vida de muitas mulheres, meninas e crianças. A agressão física, muitas das vezes com requintes de crueldade, lidera as denúncias. Por isso a importância de campanhas permanentes de combate à violência.

5-Direitos:
Fundamental para todo e qualquer cidadão. A vida em sociedade impõe regras para o pleno exercício da cidadania, e em relação à política pública para mulheres, muito se avançou, podendo-se citar a lei Maria da Penha e a recente lei do Feminicídio, que ampliam os direitos humanos das mulheres em busca de uma vida sem violência.

6-Feminicídio:
O feminicídio é o assassinato cometido contra mulheres em razão do gênero ou em decorrência de violência doméstica, e uma legislação específica a muito já se fazia necessária, sendo um marco histórico nos direitos das mulheres.

7-Denúncia:
Em muitos casos, a salvação da mulher. Campanhas de informação sobre direitos e informação de onde buscar ajuda podem salvar vidas. A quantidade de denúncias não significa necessariamente o aumento da violência, pode indicar que as mulheres estão mais encorajadas para romper o ciclo de violência. Disque 180, disque 190!

8-Sensibilidade:
É necessário tê-la, em todos os segmentos de atuação. Na esfera das políticas públicas, não basta ser técnico, tem de haver sensibilidade para implementação das ações e para percepção do que está posto, para mudar e melhorar a realidade daquelas que mais precisam.

9- Dificuldade:
Não diria dificuldade, mas o maior desafio que temos na luta pela garantia dos direitos das mulheres é a desconstrução do modelo patriarcal, enraizado em nossa sociedade. Muitas pessoas nascem, crescem e morrem reproduzindo esses valores de injustiça e opressão sem se dar conta disso. É necessário a reflexão, o debate e a intervenção de todos e todas para que se conquiste a equidade entre homens e mulheres.

10-Um objetivo:
Deixar um legado de diálogo, de transparência e participação da sociedade civil, dos movimentos de mulheres e feministas na construção das políticas públicas para mulheres, garantindo os direitos já alcançados e lutando para novas conquistas.

*Luciana Azambuja Roca, 41 anos, é advogada, casada, sem filhos e atualmente ocupa o cargo de subsecretária de Políticas Públicas para Mulheres do Estado de Mato Grosso do Sul, pasta vinculada à SEDHAST - Secretaria de Estado de Direitos Humanos, Assistência Social e Trabalho.
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